terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Advento do Rei

Pois um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da Paz. Do incremento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar em juízo e em justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos exércitos fará isto” (Is 9,6-7).
Ao final do ano litúrgico, como síntese de todas as festas celebradas o ano inteiro, a Igreja comemora a realeza de Cristo. Imediatamente depois da festa de Cristo Rei, começa o tempo do Advento, a Igreja nos convida a submeter nossa vida ao senhorio de tão grande Majestade e, verdadeiramente, percebermos quem vem no Natal e assim nos prepararmos dignamente, “vestindo as roupas de festa” para a chegada de tão grande Rei.
Para celebrarmos com todo o nosso coração esta festa de Cristo Rei e usufruirmos potencialmente de todas as suas bênçãos, precisamos inicialmente entender a razão da criação do mundo por Deus. É algo magnífico, que enche o nosso coração de alegria e nos faz sentir profundamente amados por Ele! A razão da criação é uma só: Deus decidiu, de forma absoluta e imutável, estabelecer o Reino do céu sobre a terra, isto é, criou o homem à sua imagem e semelhança para que gozasse de sua perfeita alegria, da plenitude de seu amor e de sua vida.
O homem foi criado para viver em total união com Deus: sentindo o que Ele sentisse, amando o que Ele amasse, pensando o que Ele pensasse… assim seria feliz e ajustado. O homem é a única criatura que pode erguer-se em busca da suma Sabedoria.
Santa Teresinha descobriu essa verdade, e confessou: “Sempre faço a minha vontade, porque a minha vontade é fazer a vontade de Deus”.
Com a queda do homem, no lugar do Reino do céu, foi estabelecido na terra um “inferno”. A existência do homem passou a ser dolorosa e inquietante, um campo de batalha. Só Deus, o Absoluto, o Transcendente, o Eterno, o que não tem nome, o Incomparável… pode dar-lhe novamente o bálsamo da paz. Deus, no seu imenso amor pelo homem, não o abandona nessa situação catastrófica: promete a vinda de um Rei para salvá-lo, torná-lo cidadão do Reino celeste e restaurar o Reino do céu na terra.
Este Rei é Jesus.
Jesus é, portanto, o Rei, o Senhor, o dono, o governar do mundo. E o faz de acordo com os seus pensamentos, sentimentos, vontade, mentalidade, visão e amor. Governa o mundo diferente das outras autoridades, não oprime nem explora. Uma vez que a lei do céu é o amor, Ele reina na justiça, na verdade, na bondade e no amor. Ama e deseja implantar o amor na terra e entre os homens.
Um coração inundado de amor é a casa adequada para Deus repousar. Jesus veio como Rei e Senhor para dar ao homem a vida verdadeira, construída na rocha do amor e não na areia da desobediência e do egoísmo. Tudo está submetido a Ele; o centro da vida é Ele. E somente assim o homem é feliz.
Olhe agora para a sua vida. Você está disposto a morrer com Cristo para o pecado e renascer com Ele para uma vida nova, a vida de filho de Deus, a vida divina? Não adie para amanhã a decisão de se converter.
Converta-se agora, neste momento. Não se iluda achando que tem muito tempo ainda, que é muito jovem, que existem coisas mais importantes do que a dedicação ao Reino de Deus, que quando você estiver mais velho, depois de ter aproveitado a vida, se converterá. Isso é um grande engano! Uma grande ilusão! É preciso aproveitar o tempo da salvação de Deus, antes que seja tarde demais.
O Senhor nos diz que se colocarmos em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, tudo mais nos será acrescentado. Devemos colocar os nossos olhos nas coisas que não passam e esquecer as que passam. Devemos investir tudo o que temos e somos no Reino de Deus e na conversão de nossas vidas. A conversão é fruto da graça divina, mas requer o esforço de nossa vontade. Vale a pena este esforço, porque Jesus é a pérola preciosa.
Jesus, o Rei enviado pelo Pai, veio mudar a história, e para fazer tão grande mudança era preciso que Ele instalasse uma nova maneira de pensar, de viver, de se relacionar com as coisas e com as pessoas, uma nova maneira de ver os acontecimentos, fundamentada no amor divino, que impulsiona o homem a viver para fazer o outro feliz, no esquecimento total de si, como nos propõe Jesus através das bem-aventuranças que Ele mesmo veio inaugurar.
Ele deseja mudar também a sua história! Instale-se no coração do Mestre e Rei - que é um vasto mar de ternura. De noite Ele vela o seu sono e de dia o acompanha onde quer que esteja. Ele é festa, paz, riqueza suprema que ninguém pode arrebatar. Ele o colocará sobre os joelhos e secará, uma a uma, as suas lágrimas. Ele o espera em casa, com a mesa posta e adornada com flores; fará com que você sente e iniciará a festa, então você descobrirá onde está o segredo da perfeita alegria.
O Rei Jesus vem, por esta razão tudo está renascendo. A eternidade está ao seu alcance. Já não há distância entre você e o seu Amado, o querido do seu coração. Você experimentará que o amor dele é mais forte do que a morte. Não falte ao encontro com o Rei Jesus!
Sois Rei, Deus meu!
“Sois Rei, Deus meu, por toda a eternidade; não é emprestado o Reino que tendes. Quando se diz no Credo: “Vosso Reino não terá fim”, experimento, quase sempre, particular alegria. Dou-vos mil louvores, Senhor, e bendigo-vos para sempre; enfim, vosso Reino durará eternamente (Caminho 22,1).
Ó Jesus meu, quem pudera dar a entender a majestade com que vos mostrais e quão Senhor de todo este mundo, dos céus e de outros mil mundos e de inumeráveis mundos e céus que poderíeis criar! Claramente se vê, Jesus meu, o pouco poder de todos os demônios em comparação do vosso. Na verdade, quem vos tiver contentado plenamente pode calcar aos pés o inferno todo. Sim, quereis dar a entender quão grande é o poder de vossa sacratíssima humanidade unida à divindade. Aqui é a verdadeira humildade incutida na alma pela vista de sua miséria que não pode ignorar; aqui, a confusão e o verdadeiro arrependimento dos pecados. Vendo a alma que apesar de tantas infidelidades continuais a dar-lhe tantas mostras de amor, não sabe o que fazer, e assim fica aniquilada (Vida 28,8-9).” Santa Teresa de Jesus.


Fonte: http://blog.cancaonova.com/cuiaba/

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